A corrente actual de Astrologia (a de qualidade e não a do jornal da manhã) tem para efeito de cálculos, atenção aos mapas estelares mas somente para cálculo, ainda utilizando a calendarização da Antiga Grécia para interpretaçao de uma astrologia cosmológica hermética. Isto é, os planetas e estrelas mudam, o ponto de vista dos mesmos a partir da Terra muda, mas os signos estão "presos" a datas especificas dum calendário de 12 meses que utilizamos.
O que escrevo a seguir não está de
acordo com o que a maioria hoje tem por astrologia e não se identificará
provavelmente com as interpretações de personaidade ou influencia
astral do seu signo se calculado da forma abaixo indicada.
Em minha defesa, coloquei de parte a lógica Vitoriana e a tábua rasa
dos que praticam neo-paganismo sem conexoes à história da própria "arte"
que professam trabalhar. Baseio-me em factos historicos, relatos e
cálculos registados de Hiparco, Ptolomeu, Estrabão, Macrobius, as
esculturas e murais da Antiguidade (como o acima do Templo de Dendera,
no Egipto) e em astronomia (tendo recorrido a manuais e cartas
elaborados por cientistas creditados e pelos mapas
astronomicos/estelares actuais).
Acredito- e poderei concerteza estar equivocado. pois é apenas uma opinião e de um mortal altamente falível e ignorante, que faz sentido que a Astrologia deva se seguir pelos astros- que são móveis como é a Terra, e não seja estática. Esta era também a elação dos antigos e é sobre tal que passo a falar.
Uma carta astrológica requer uma combinação de cálculos incríveis , complexos, cruzados e com muitas variantes. Ha que ter em conta que, por exemplo, a precessão dos equinócios ( as diferentes constelações/casas zodiacais que surgem no horizonte a Este ao nascer do sol na manhã de Equinócio de Primavera que se alteram por vários factores de astrofísica e que - por força, entre outras, da rotação da Terra ser contra relógio ou seja para a esquerda sobre o seu áxis se olhada de cima- apresenta uma regressão no mapa astral em que à Era ou época em que a constelação/casa zodiacal por detrás do sol nascente da Primavera se segue Peixes e não Touro. Cada ciclo, de acordo com a maioria, dura 2150 anos). Mas há um senão, se é certo que o mapa astronómico apresentado nos equinócios muda cerca de 1º por ano, há um factor da maior relevância e ou ignorado ou descartado comumente- as constelações não teem o mesmo tamanho entre si. Cerca de 2 terços das vezes , num ciclo de precessões, temos uma estrela ou outra de esta ou outra constelação, 1 terço do tempo o que vemos por detrás do equinócio são as estrelas menores a volta das constelações tidas como mais brilhantes e/ou mitologicamente mais antigas e relevantes.
Ainda assim, tendo em conta que os registos mais antigos e claros de astrologia típica de constelações (e não referencias animisticas, totemicas, correspondências de divindades antropomórficas, etc) corresponderem e influenciarem eventos e pessoas é a grega - as referencias que temos de Egipto (o celebre zodíaco de Dendera) é uma evidencia pos-helenica da mistura de culturas e não nos revela o que era de valor para os egípcios mas o que por estes foi culturalmente aglutinado da cultura invasora dos gregos aquando da era ptolomaica- pós Alexandre o Grande.
Assim só sabemos com evidencias que quando Hiparco, Ptolomeu, Estrabão, Macrobius e outros se referiam a Aries como o signo do equinócio de primavera a partir de cerca de 280 A.C., tal não era para estes normalmente o primeiro signo- é um ciclo. Apenas é o de primavera mas não por isso o mais importante ou primeiro- essa fixação de ordem e hierarquia foi mais tarde por filósofos e astrólogos com raízes judaico-cristas e com o intuito de realçar o carneiro com o intuito adjacente de enaltecer e relembrar a "primogenitura" do cordeiro sacrificial (alusão esotérico a rituais de Lei de Moisés para hebreus) e/ou do cordeiro mártir (alusão a Jesus e seu sacrifício expiatório como cumprimento dos rituais existentes entre os hebreus). E mesmo Hiparco e Ptolomeu descrevem que viram haver de ano para ano um desfasamento no mapa astral que no horizonte se via aquando do equinócio- incrivelmente o numero de desvio que anotaram é muito próximo do correcto. Aludiam a desvio de 36" e o real é de 50" por ano, ou 1º completo por cada 76anos.
Resumindo, os cálculos de qual o signo de cada estação, nascimento ou evento dependem de qual era a constelação no horizonte na manha do equinócio da primavera- o que muda a cada 2280; sendo o ciclo completo de precessões - desde que primeiro surge Aries , roda todo o zodíaco e volta a Aries, 27360 anos.
Assim a ordem dos signos que temos hoje não é de todo a que conhecemos pois se no registo de Hiparco- o mais antigo, em 280A.C. Aries surgia no equinócio da primavera (e não sabemos em que ponto estava)- o que viu Hiparco entre as cerca de 50 estrelas visíveis com a tecnologia de então do aglomerado a que chamamos constelação de Aries? Quando fez o calculo o que estava no horizonte era o inicio, meio ou fim de Aries?
Ptolomeu, cerca de 265 anos depois de Hiparco calcula que o mapa do mesmo se "desviou" cerca de 2º40" ( com a astrofísica actual seriam 3º48").
Crendo que Hiparco fez a leitura astral correcta não é possível que estivesse no inicio de Aries pois a Babilónia cerca de 1000 anos antes (cerca 1280A.C.) já o identificara e com inferências indirectas a possibilidade da questão das precessões- no registo de placas de argila cuneiforme conhecido como Mul-Apin regista Aries como o signo do ultimo plantio ; que é sempre na ultima geada de época de frio e que varia de acordo com latitude e longitude mas que para este efeito seria também a volta de Março). Aceitando que, na melhor das hipóteses e com evidencias arqueológicas, quando o Mul-APIN da Babilónia foi registado em cerca de 1000 A.C.(e pode ser um relato ou copia de algo descoberto antes) o que se via no horizonte da manha do equinócio vernal era a primeira estrela marco de Aries, isto implica que a casa zodiacal da Primavera mudou (e demora 2280, ou seja 1º por cada 76 anos e uma casa tem cerca de 30º) a partir de 1280D.C. .
Isto Implica que a Primavera e como tal também os nascidos entre 21 Março e 22 de Abril, a partir de pelo menos 1280D.C. tinham o signo Peixes no horizonte e é tal o seu signo e não mais Aries. Assim como a partir de pelo menos 3560 a Primavera surgira com Aquário por detrás.
Se acreditarmos nos adeptos de teosofismo New-Age e a era de Aquário tiver começado nestes recentes anos pós 2º milénio A.C., então -regredindo no mesmo calculo de base, o que Hiparco e Ptolomeu viram no céu era o fim de Aries( de 2548A.C até 270-268A.C.) e que a mudança completa se deu a 270-268A.C. com a entrada de Peixes (270-268A.C. até 2012-2014).
A nível de observação astronómica actual e cientifica, para ver a disparidade, no dia de Equinócio de Primavera de 2013 (20 de Março de 2013 as 11:02 GMT), a constelação/casa que surge no horizonte a Este "atras" do nascer do sol (observado no Reino unido) é Peixes com uma inclinação de 27º54" e para se ver mais como ate os planetas regentes estão desfasados da astrologia normal da astrologia com cálculos baseados não em tratados centenários e estáticos mas em observações actualizadas, o planeta a surgir mais próximo da linha de horizonte nessa manha e como tal o regente de quem nasceu nesse dia 20 de março de 2013 é primeiro Neptuno, depois (verticalmente/arco) Mercúrio e só depois Marte. Ou seja o nascido a 20 de Março de 2013 nasceu sob o signo de Peixes com a regencia-alfa de Neptuno. aceitando que nem todos tinham na antiguidade registada visibilidade importância de tal, passando para o próximo seria Mercúrio.
Em suma, a nível de astronomia ( e de astrologia com base em cálculos matemáticos e astrofísicos actualizados e de conjunção) estamos na Era de Peixes e a roda zodiacal "começa" (tomando Equinócio da primavera como referencia) com Peixes para a frente.
Muitos ao referirem a Era de Aquário só reforçam a inexactidão ( e muitas vezes a origem mercantilista de tábua rasa, poucos cálculos, pouca ciência e validação de dogmas e mitos muito recentes e nada equiparados aos princípios tidos de referencia pelos autores das mais antigas formas de astrologia para fácil satisfação das massas) das cartas astrologicas que os próprios criam pois se a Era de Aquário já chegou ou esta prestes a tal, por inferência directa estamos ou acabamos de sair da Era de Peixes e isso implica inequivocamente que o signo, casa ou constelação no horizonte no equinócio vernal é (o que tem fundamento cientifico verificável por qualquer astrónomo) ou era até ha pouco (o que não se baseia em factos actualizados) estrelas pertencentes a constelação de Peixes.
Quanto ao ponto de em que fase da constelação ou Era de Peixes estamos, é alvo de uma conjuntura de factos e cálculos que mesmo cientificamente falando, é difícil acertar. Que estrela da constelação de peixes esta mais próxima da linha do horizonte no equinócio vernal? Será Alpherg, Simmah ou Vernalis (as 3 mais brilhantes respectivamente)? Ou será a estrela denominada Estrela de Van Maanen ? Esta ultima que é a menos brilhante, assim chamada pelo astrónomo que a identificou em 1918- ainda que seja mencionada mas não tão detalhadamente, na "Carte du Ciel" parte do Catálogo de Toulouse baseado numa observação astronómica do dia 11 de Novembro de 1896. Esta estrala contudo tem uma magnitude e brilho aparente não passíveis de serem vistos a olho nu.
Usando a ciência para nos ajudar, recorramos a um guia de estrelas, por exemplo o de Robert Pellequer (Director do Observatório Astronómico de Aniane, França e autor prolífico de livros, manuais e cartas astronómicas) que indica na pagina 68 do "Pequeno guia de Estrelas" (publicado em 1991 com base nos mapas e observações feitas a 1945 por André Jouin -astrofísico doutorado) indica a primeira estrela da constelação de Peixes no horizonte no equinócio vernal: o espaço entre Deneb Kaitos e Sirrah, sendo a mais claramente visível Sirrah ou Alpha Andromeda (inserida na constelação Andromeda mas associada a área "cartografada" como de Peixes. Tal ficou também corroborado no Catálogo de Hiparco (não feito pelo mesmo mas nomeado por astrofísicos actuais em sua honra), é um catálogo estelar resultante da missão espacial astrométrica Hiparcos, pela Agência Espacial Europeia. O satélite esteve em funcionamento entre Novembro de 1989 e Março de 1993, permitindo a obtenção da paralaxe de 118218 estrelas próximas com uma precisão de um milisegundo de arco, e as coordenadas celestes, expressas no referencial ICRS.
Resumindo, estamos na Era de Peixes, no seu fim e a constelação/casa de Peixes tem dominado as ocorrências e os nascidos de período de 20Março a 20 de Abril desde cerca de 260A.C. e o que Hiparco regista em 280A.C. era o fim da era de Carneiro e Ptolomeu em cerca de 15A.C. estava já na era de Peixes e por isso a importância e o choque em ter visto que desde Hiparco tinha havido um desvio astronómico considerável de 3º e 48" o suficiente para passar a orla de Gamma Arietis (do extremo de Aries)para Menkar, a.k.a. Alpha Ceti (de Peixes).
A titulo de corroborar tal com arqueologia alem da astrofísica e bibliografia, temos o facto de quando, por exemplo, a pirâmide de Giza (a de Keops em particular) foi construída o Signo e Constelação a que se deu importância suficiente para que os poços internos da pirâmide para tal ficassem alinhados eram Touro e as Pleiades- que precedem Carneiro. Entendendo que a precessão de equinócios se faz, olhando para um mapa estelar da direita para a esquerda - de grosso modo. A pirâmide em causa tem a datação acordada aproximada de conclusão em 2560A.C.(2015anos "adentro" da Era de Taurus que durou de cerca de 4560 A.C. a 2280 A.C; a crer contudo com a posição dos poços internos da pirâmide e do posicionamento da macro estrutura das 3 pirâmides em si aponta para que fosse a meio de tal Era que foram construídas, com Aldebaran a surgir no firmamento, o que coloca a data das pirâmides mais para trás, próximo de 3420A.C.- mas por enquanto é conjectura pois tal baseia-se na posição dos poços e nos registos cripto-mitologicos da altura e não em factos comprováveis aqui e agora).
*O que registo acima é fruto da minha pesquisa pessoal; para bem e para
mal, a ordem dos factos, a interpretação dos mesmos- quando não citação
directa, a incompleticitude e a ignorância, é da minha responsabilidade.
O meu conselho é seguir a
mesma senda, não se contentar com o que se lê num único lugar agora mas sempre-
em tudo, buscar o porquê das coisas e as versões mais antigas e próximas de
fontes e sempre com recurso a bibliografias palpáveis- quando possivel.
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