Por
curiosidade, por conhecimento geral e, bem, porque a minha cabeça é uma
biblioteca de factos que pouco interessam a muitos mas que partilho e espero
assim poder ser também de utilidade a outros curiosos.
Não advoco nem a celebração de nada
específico nem a sua inibição, acho que a celebrar que o façamos pela
Vida, pela Compaixão, pela Liberdade, pelo Conhecimento, pela entre
ajuda dos povos , pelo consenso e respeito mútuo (que não exige
unanimidade que me parece ser apenas apagar as diferenças de cultura e
impor uma tabua rasa de denominador comum). Celebremos a Carta de
Direitos da Humanidade, celebremos a diferença e acima de tudo vivamos
as três lições, para mim mais vitais, que os nossos pais nos tentam
passar:
- A minha liberdade acaba onde começa a do meu semelhante
- Fazer aos outros o que quero que façam a mim
- Ser Feliz (nao apenas não triste , não apenas sobreviver, mas VIVER)
Festividade: Ano Novo
Significado: Ano Novo
Ocidental
Data: 1 de Janeiro
v
Origem da
Data/Cálculo: Calendário Juliano; 7 dias depois de Festividade de Equinócio da Primavera . Quando
inicialmente calculado (na Era romana) o Equinócio da Primavera - marcador mais
importante de fertilidade do ano. Embora a mudança tivesse sido proposta
em 325 D.C. no concelho de Nicéia (o
mesmo que votou a divindade de Jesus, a Trindade, estrutura hierárquica e a sua
relação com poder temporal- foi lembre-se convocado por Imperador Constantino ;
todos os que se opuseram e mantinham sua teosofia foram perseguidos e mortos)
não foi então posto em efeito. O Ano Novo para todos os efeitos, começava 7
dias depois do Equinócio da Primavera, i.e., a 1 de Abril. Foi o Papa Gregório XIII que recuperou e
readaptou o calendário Juliano (solar) mas mantendo em paralelo a importância
do calendário lunar. Assim servia o propósito de calcular datas de forma
semelhante ao que o povo na maioria ainda fazia- em função de adorações pagãs,
e aglutinar as suas celebrações. Ao adiantar o inicio do ano para Janeiro
distanciava-o da primavera- associado maioritariamente com cultos de
fertilidade e profundamente matriarcais, e liga-o ao Sol e a imagem do homem.
Assim o novo inicio do ano seria a 1 de Janeiro, chegando a esse calculo tendo como origem o aniversário de
Mithras (3 dias depois do Solstício de Inverno). Ao colocar nesse dia o Ano
Novo Cristão, assegurava não antagonizar o povo e na realidade atrair “fiéis”
as suas festividades com iconografia “cristã”. Esta é a origem e delineamento
de todos os outros feriados “pivot” cristãos .
Festividade: Candelária
Significado: Celebrada
apresentação de Menino Jesus no Templo e a sua primeira entrada no mesmo recinto quando adulto
Data: 2 Fevereiro
v
Origem da
Data/Cálculo: A data é calculada sendo o meio ponto exacto entre Solstício de
Inverno e o Equinócio da Primavera, ou dito de outra forma, o pré anuncio do retorno
do Sol e da fertilidade. Há documentação a mostrar que pelo menos uma vez em
380D.C. numa igreja cristã se celebrou como tal no Médio Oriente. Não se pode contudo, ignorar a importância que
este evento tinha para os povos anteriores maioritariamente devotos a
agro-pecuária e para quem os marcadores dos ciclos da natureza (descobertos e
celebrados muito antes do advento de cristianismo) eram de suma importância
para a sua sobrevivência e como tal alvo de celebrações pagãs desde pelo menos
a cultura Babilónica. Na Europa, entre
os pagãos de influencia celta, essa data era celebrada sob o nome de Imbolc.
Festividade: Carnaval
Significado: Marca o inicio
de Quaresma a anteceder a Páscoa
Data: A 3ªFeira de Carnaval
calha sempre 41 dias exactamente antes da Páscoa
v
Origem da
Data/Cálculo: O Carnaval é a resposta do povo, muito resumido, ao período de
jejuns e abstinência imposto pela Igreja Católica para os 40 dias precedentes à
Páscoa. Há que entender que não é coincidência que a altura que precede a páscoa-
Equinócio da Primavera- era uma época de grandes festividades pagãs, na sua
maioria de culto do feminino , politeístas e com rituais e conceitos teológicos
distintos e conflitantes com a doutrina imposta pela cristandade (minoria entre
os povos dominados, mas maioria entre os que dominavam a base da pirâmide
social- clero e nobreza). Assim, porque simplesmente dizer que não devem
celebrar a Deusa Mãe ia apenas resultar em que a adorassem na mesma mas em segredo, ou num motim, associaram culpa
e pecado a um povo ignorante e susceptível, impõe-se uma necessidade de
expiação e purga e dita-se que o povo deve jejuar, abster de variadissimos
alimentos, bebidas, aromas, relações sexuais, roupagens, pensamentos e festas.
Esta Quaresma era patrulhada e vigiada pelos padres (e, mais por interesse do
que benevolência cristã, pelos “membros” que vigiavam uns aos outros e entre si
se acusavam mais rapidamente que se ajudavam) e quem prevaricasse ou entrava na
linha ou era castigado (seja pagando multas/penitencias, ou – se não pudesse
pagar, o que era a maioria do povo, castigos corporais e ostracismo). O
Carnaval surge como um ultimo sopro de liberdade antes dos 40 dias de
penitencia; uma espécie de despedida de solteiro antes de “atar o nó” de
compromisso.
Festividade: Dia do Pai
Significado: Celebração da
Paternidade
Data: Dependendo do país, a
maioria dos lugares celebra no dia 19 de Março ou 3ª Domingo de Junho.
v
Origem da
Data/Cálculo: A data de 19 de Março (a mais usada nos países com cultura mais
enraizada no calendário liturgico católico)
coincide com a data do original feriado em honra a S. José enquanto
marido de Maria , educador de Jesus e patrono da Igreja. Primeiro celebrava-se
no 3ªdomingo depois da Páscoa, depois se moveu para a 4ªfeira antes do domingo
de Páscoa e depois se fixou a 19 de Março. Só séculos mais tarde se adicionaria
um segundo feriado para S. José (dos poucos santos celebrado duas vezes no
ano), na era pós revolução industrial, para coincidir com o 1 de Maio e ai se
celebra S. José não como membro da família sagrada ou patrono da igreja, mas
como homem mortal e exemplo de trabalhador e patrono dos mesmos.
Festividade: Páscoa
Significado: Celebra
libertação de Israel do Egipto pela
intercessão de Moisés; celebra ressurreição de Jesus
Data: 1ªDomingo após a 1ª
Lua cheia a seguir ao Equinócio da
Primavera
v
Origem da
Data/Cálculo: Como já explicado, serviu para aglutinar duas festividades
maiores precedentes: as festividades de fertilidade dos pagãos de convidar ao
seio da cristandade os judeus que por essa altura (dia 14 do mês de Nisan- não
calculado da mesma forma mas em datas próximas) celebravam a páscoa original,
Pesach, o Dia da Libertação do Egipto. Assim evitava-se que houvesse celebração
alternativa em segredo mas dava-se um opção de ainda vivenciar antigas devoções
com novas roupagens. Mais uma vez, não celebrar a Páscoa cristã numa comunidade
dominada por estes era passível de multa, castigos e/ou ostracismo. Durante a
Inquisição não celebrar a Páscoa era visto como seguro sinal de pura maldade e
comportamento dissidente : ou eram judeus (e por associação eram contra Jesus-
a parte de Jesus ser ele mesmo judeu , e todos seus seguidores de origem, não
afectava a sua lógica) ou adoradores da Natureza ou de outros panteões divinos
e como tal blasfemos. O castigo máximo ai não se ficava pelo ostracismo, era a
(dolorosa, humilhante e demorada) morte. Falta só indicar que a lavagem
cultural foi tão eficiente que não há registos senão marginais e pouco concisos
de ter havido uma linha continua de celebrações da Primavera ao longo do tempo
durante as trevas impostas pela cristandade dominante .A data era marcada e
celebrada vários milénios antes da era cristã. Uma das divindades adorada, por
exemplo , era Easter, ou Oester ou Ostara, a raiz da palavra inglesa para
páscoa hoje em dia- Easter. A iconografia pagã ironicamente ficou associada à
páscoa pagã- o ovo símbolo de renascimento e o coelho símbolo de fertilidade.
Festividade: Dia dos Tolos
ou das Mentiras
Significado: Dia de
partidas inofensivas
Data: 1 de Abril
v
Origem da
Data/Cálculo: Deve-se a um equivoco na celebração do Ano Novo. Antes da
imposição do calendário gregoriano, no seu antecessor juliano o ano novo era
celebrado 1 semana depois do equinócio da Primavera. Porque uma das razoes de
criar um novo calendário era precisamente reajustar, padronizar e purgar as
festividades pagãs, havia interesse em tirar esta importância à Primavera que
era majoritária e profundamente associada a fertilidade, paganismo e adoração
do feminino. Substitui-se por , já que sabiam que não se apagam milhares de
anos de celebrações e tendências colectivas num só dia sem haver uma guerra
civil, o ano novo passou para ser uma semana depois do feriado solar de Mithras
e Apolo (entre 22 a 25 de Dezembro), passando a começara 1 de Janeiro (que era
o primeiro dia do mês em honra do deus romano masculino com duas faces e
patrono dos novos começos- uma cara olha para o passado e uma segunda face olha
para o futuro). Porque demorou até que todos se habituassem a começar o ano
novo na nova data estipulada, os que ainda celebravam a 1 de Abril eram tidos
como desobedientes ou tolos. Assim se associa o antigo inicio de ano novo a
tolice, partidas e mentiras.
Festividade: Dia de
Ascensão
Significado: Dia de
Ascensão de Jesus
Data: 40 dias após a Páscoa
v
Origem da
Data/Cálculo: Celebra a ascensão de Jesus aos céus no quadragésimo dia após a
sua ressurreição. Porque a Páscoa é amovível (datada em função da lua cheia
depois do equinócio da Primavera), também esta data é diferente de ano para
ano. A raiz de calculo desta festividade é astronómica e claramente em função
do calendário pagão que a antecede- porque outra razão se celebraria a ascensão
duma divindade monoteista não associado nem apregoador de paganismo as deslocações
dos atros. Mais uma vez, outra coincidência. A data fica sempre próxima de uma
outra festividade pagã muito comum, tanto no calendário babilónico, persa,
assírio e egípcio como entre os diferentes povos e culturas europeias. No
meio-termo entre o equinócio da Primavera (cerca 22 de Março) e o solstício de
Verão (cerca 22 de Junho), assim se calculava o clímax da Primavera e das
divindades e cultos devidos e o meio caminho para o começo do Verão. Entre os
celtas era celebrado como Beltane.
Festividade: Dia do
Trabalhador
Significado: Celebração dos
Direitos do trabalhador
Data: 1 de Maio
v
Origem da
Data/Cálculo: Aniversário da revolução bolchevique na Rússia. Foi a partir dai
que se estipulou a proporção de 8 horas de trabalho para 8 horas de tempo
pessoal para 8 horas de descanso efectivo, entre outros direitos base dos
trabalhadores (por exemplo: direito a
criação e associação sindical). Nem todos os países celebram a dia 1 de Maio,
alguns a 4 de Maio.
Festividade: Dia de S. José
Significado: Celebração de
S. José, padrasto de Jesus, como patrono dos trabalhadores
Data: 1 de Maio
v
Origem da
Data/Cálculo: A tentativa, na era pós revolução industrial, da igreja católica
de demonstrar empatia com o crescente movimento de sindicailzação e
reivindicação de direitos dos trabalhadores. É uma manifestação de adaptação
aos sinais do tempo; a maioria dos movimentos que agregava os trabalhadores e
lhes dava alento e protecção nas suas
ambições eram de cariz comunista e por inerência ou sequência lógica poderia os
afastar da religião organizada- que o comunismo apontava como uma das fontes de
cultura de sujeição no mundo. Ao oferecer ao povo um feriado e um santo- e logo
um membro da dita sagrada família, era um piscar de olhos ao povo e um lembrete
de que a estrutura eclesiástica não perderia seu controlo mas não queria perder
as massas e assim ficava com um pé em cada lado e não aprofundava na noção de
que para ser um trabalhador sindicalista tinha de se ser comunista e
anti-“establishment”.
Festividade: Dia da Mãe
Significado: Celebração da
Maternidade
Data: Depende dos países
mas em tende a calhar perto do que na Antiguidade era a maior festividade à
Deusa Mãe, Beltane ou aproximadamente 2 de Maio. A fórmula oficial em Hungria,
Lituânia, Moçambique, Portugal, Roménia e Espanha- entre outros é o 2ªDomingo
de Maio
v
Origem da
Data/Cálculo: Conquanto a maternidade tenha na verdade sido alvo das primeiras
adorações- desde o Neolítico pelo menos, o oposto não sucedia. Para todos os
efeitos, por uma grande parte da historia da humanidade, as mulheres
engravidavam e procriavam por exclusivo e com influencia divina somente- o
papel do homem no processo não era identificado e quando o foi era minimizado.
A vida e a magia estava na mulher e isto importa explicar para se entender porque
é mais razoável acreditar e em muitas circunstancias com provas arqueológicas,
que a maternidade enquanto processo mágico e investidura de poder em todas as
mulheres (fossem noviças, mães em efectivo ou anciãs) foi primeira e mais profundamente celebrado que jamais a
paternidade. O dia do pai foi criado
para complemento do da Mãe – que o antecede como festividade em milénios, e não
o contrário.
Festividade: Dia de
Ascensão de Maria
Significado: Celebrada
ascensão de Maria, mãe de Jesus, aos céus
Data: 15 de Agosto
v
Origem da
Data/Cálculo: A data oficial foi proposta a 1 de Novembro de 1950, ainda que
sem nenhuma evidencia nas escrituras, baseando-se em textos que desde o
concelho de Niceia e até hoje são tidos pela própria igreja católica como
apócrifos, se fundamentou esta decisão, de que Maria era incorruptível e de que
o seu corpo não foi deixado definhar (há debate dentro da própria igreja de se ascendeu ainda viva
–como Elias ou Moisés, ou logo após a morte, como Jesus). Os registos mais
antigos a apontar nesta direcção são do século VI onde não se indica
incorruptibilidade nem escape de morte mas que ninguém àquela altura sabia onde
ir para venerar a tumba de Maria e que buscas foram feitas para tal. Dais e
deduziu, por ausência de corpo e tumba, que deveria nunca ter existido e no
século XVI não oficialmente começou a dizer-se que deveria ter sido arrebatada
ou ascendida e por isso não se encontravam nem túmulo nem ossadas. A data,
coincidência ou não, foi calculada para acertar 18 semanas antes de Natal; ou
seja metade do tempo de termo duma gravidez, fazendo assim a festividade ser em
função do nascimento de Jesus em si- uma vez que ninguém concordava numa data
verosímil.
Festividade: Festa da
Anunciação
Significado: Celebração do
dia em que o anjo Gabriel terá visitado Maria e anunciado a gravidez de Jesus
Data: 25 de Março
v
Origem da
Data/Cálculo: Calculado como 9 meses antes do Natal; até ser oficializado era
celebrado 38 (outros 40) semanas antes do Natal. Há que ter em conta duas
coisas. O Natal não foi sempre celebrado e nem mesmo no dia 25 de Dezembro-
passou a sê-lo para aglutinar as festividades há muito existentes em honra ao
Sole divindades varias pagãs. Assim não
se pode dissociar esta data da coincidência de calhar tão próximo do equinócio
da Primavera e da adoração do feminino que então ocorria um pouco por todo o
hemisfério norte. Ao associar mais uma data a esta época fecha-se um calendário
pagão e substitui-se pleno de festividades muito semelhantes, de iconografia
quase igual mas com outras roupas e nomes. O Equinócio em si- porque era tão
obviamente pagão e anterior a qualquer cultura que ainda existisse, tinha de
ser banido e por isso a Quaresma com seus jejuns e proibições de festas, depois
para saciar a necessidade de adoração do feminino a igreja deu ao povo Maria e
a celebravam aproximadamente na mesma data que antes celebravam Deméter, Diana,
Brigantia, Freya, etc mas agora como a mãe de Jesus; logo a seguir quando antes
estava planeado o festival maior de fertilidade em Maio, a igreja decalca o dia
de Maria como Mãe em pleno (2 de Maio) e para substituir a adoração dessa época
Pan, Dioniso, Baco e Endovelico, entre outros, dá ao povo o dia de S. José. Assim
o Ciclo de Festividades pagãs do inicio e clímax da Primavera e do inicio do
Verão (as alturas mais pivot para uma população quase inteiramente dependente
de agricultura, caça e pesca e os seus ciclos de reprodução/multiplicação
devidos e “atados” as estações”), uma
vez que não podia ser simplesmente suprimido, é plenamente substituído
por outro ciclo de festividades- todas obrigatórias, todas com multas e
castigos senão cumpridas e todas de cariz expiatório, de penitencia, culpa e
autocomiseração e de negação de tudo o que é físico, sensual, instintivo ou
basicamente primordial.
Festividade: Dia de Todos
os Santos
Significado: Homenagem de
todos os santos e mártires católicos.
Data: 1 de Novembro
(originalmente o primeiro dia depois da 2ªLua cheia a seguir ao Equinócio de
Outono)
v
Origem da
Data/Cálculo: Dia de Todos os Santos ( e origem do nome Halloween que é uma
contracção de All Hollow’s Eve). Criado como homenagem de todos os santos e
mártires católicos. O dia seguinte, 2 de Novembro é tido como dia de homenagem
a todos falecidos (originalmente como homenagem a exclusivamente os que
morreram dentro da fé católica) celebra-se e/ou ora-se para a sua passagem
segura para o reino dos céus.. Uma época de penitencia dos vivos para expiação
vicária através de missas pagas e de indulgencias (em valor ou género ou mesmo
através de dor corporal auto infligida) em favor dos que morreram para que
pelas acções e pagamentos feitos pelos familiares vivos, sejam aceites no reino
dos céus). A data nem sempre foi fixa, servia como garante de que na noite
antes não havia celebrações. Quem estivesse na noite de Samhain (festival pagão
de celebração da morte como passagem para a liberdade ultima dos deuses), que
calha na 2ª Lua Cheia depois do Equinócio de Outono, seria punido com a tortura
e morte. Ter uma missa matinal era uma forma
de confirmar que estava acordado e disponível e como tal não participara
dos rituais de morte e renovação/reencarnação dos pagãos. O Samhain não existe
por causa do dia de todos os Santos, é ao contrário. O dia de Finados , a 2 de
Novembro, servia largo modo , para compensar e saciar a enraizada cultura de
rituais de morte e renovação que eram demasiado antigos e praticados para serem
simplesmente erradicados.
Festividade: Natal
Significado: Celebração de
nascimento de Jesus
Data: 25 de Dezembro
v
Origem da
Data/Cálculo: Ainda que pelas escrituras esta data calhasse por força de lógica
algures em Março ou Abril (havia rebanhos cá fora, pastores ao relento, pessoas
a viajar, estalagens cheias- nada disto aconteceria com o frio que faz na
Palestina entre Dezembro e Janeiro nem com as próprias celebrações cristas
primitivas), a data foi imposta após varias e sangrentas tentativas de anular
as festividades solares pagãs típicas nesta altura naquela área do globo. Na
realidade desde a Babilónia ao extremo ocidente do Império de Roma (Britania,
Hispania e Lusitania incluídas) era por esta altura que se celebrava há
milénios o ponto mais frio do ano no hemisfério norte (devido ao afélio- altura
em que estamos mais distantes do Sol na elipse que a Terra faz em torno do
mesmo), da noite mais longa do ano e do dia logo a seguir que marca o começo do
retorno do Sol e com ele o anuncio de dias maiores, retorno do calor e
fertilidade, pico da hibernação, diminuição da duração das noites que – ainda
sem electricidade- eram palco de ataques de predadores seja aos humanos ou a
suas produções e gado, e marcador de chuvas. Por tudo isto se colaram figuras
antropomórficas ou mitológicas a esta data, fosse Apolo, Mithras, Amon-Ra,
Endovélico, etc. Não era possível de todo calar a adoração porque a importância
da data na regulação da agricultura, criação de gado, segurança face as
tempestades/chuvas e predadores era
tremenda. Assim aglutinamos, diluímos e substituímos uma razão mágica por uma
religiosa, uma adoração por outra, um deus por outro- ainda que mantendo muita
da iconografia típica desses rituais e festivais pagãos (exemplo é a
apropriação pelo cristianismo de símbolos de fertilidade e adoração paga não só
na data mas no ritual de natal em si até hoje: o pinheiro, a pinha, as velas, o
tronco de Yule/Natal, o halo dourado à volta da cabeça de Jesus apresentando-o
como a novo divindade solar, etc)
Há outros, muitos feriados
e festivais, uns de raizes mais politicas e recentes outros com mais claro
intuito de se colar a feriados antigos e ainda outros como marcadores históricos
de acontecimentos chave na historia de igreja determinada, um estado, um herói
nacional, um evento revolucionário pivot, etc. Esta é apenas uma pequena
amostra que espero aguce o apetite por busca de conhecimento.
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