terça-feira, 4 de março de 2014

Origem de (algumas) Festividades


     Por curiosidade, por conhecimento geral e, bem, porque a minha cabeça é uma biblioteca de factos que pouco interessam a muitos mas que partilho e espero assim poder ser também de utilidade a outros curiosos.
      Não advoco nem a celebração de nada específico nem a sua inibição, acho que a celebrar que o façamos pela Vida, pela Compaixão, pela Liberdade, pelo Conhecimento, pela entre ajuda dos povos , pelo consenso e respeito mútuo (que não exige unanimidade que me parece ser apenas apagar as diferenças de cultura e impor uma tabua rasa de denominador comum). Celebremos a Carta de Direitos da Humanidade, celebremos a diferença e acima de tudo vivamos as três lições, para mim mais vitais, que os nossos pais nos tentam passar: 
  1. A minha liberdade acaba onde começa a do meu semelhante 
  2. Fazer aos outros o que quero que façam a mim
  3. Ser Feliz (nao apenas não triste , não apenas sobreviver, mas VIVER)
 
Festividade: Ano Novo
Significado: Ano Novo Ocidental
Data: 1 de Janeiro
v     Origem da Data/Cálculo: Calendário Juliano; 7 dias depois de Festividade  de Equinócio da Primavera . Quando inicialmente calculado (na Era romana) o Equinócio da Primavera - marcador mais importante de fertilidade do ano. Embora a mudança tivesse sido proposta em  325 D.C. no concelho de Nicéia (o mesmo que votou a divindade de Jesus, a Trindade, estrutura hierárquica e a sua relação com poder temporal- foi lembre-se convocado por Imperador Constantino ; todos os que se opuseram e mantinham sua teosofia foram perseguidos e mortos) não foi então posto em efeito. O Ano Novo para todos os efeitos, começava 7 dias depois do Equinócio da Primavera, i.e., a 1 de Abril.  Foi o Papa Gregório XIII que recuperou e readaptou o calendário Juliano (solar) mas mantendo em paralelo a importância do calendário lunar. Assim servia o propósito de calcular datas de forma semelhante ao que o povo na maioria ainda fazia- em função de adorações pagãs, e aglutinar as suas celebrações. Ao adiantar o inicio do ano para Janeiro distanciava-o da primavera- associado maioritariamente com cultos de fertilidade e profundamente matriarcais, e liga-o ao Sol e a imagem do homem. Assim o novo inicio do ano seria a 1 de Janeiro,  chegando a esse calculo tendo como origem o aniversário de Mithras (3 dias depois do Solstício de Inverno). Ao colocar nesse dia o Ano Novo Cristão, assegurava não antagonizar o povo e na realidade atrair “fiéis” as suas festividades com iconografia “cristã”. Esta é a origem e delineamento de todos os outros feriados “pivot” cristãos .

Festividade: Candelária
Significado: Celebrada apresentação de Menino Jesus no Templo e a sua primeira  entrada no mesmo recinto quando adulto
Data: 2 Fevereiro
v     Origem da Data/Cálculo: A data é calculada sendo o meio ponto exacto entre Solstício de Inverno e o Equinócio da Primavera, ou dito de outra forma, o pré anuncio do retorno do Sol e da fertilidade. Há documentação a mostrar que pelo menos uma vez em 380D.C. numa igreja cristã se celebrou como tal  no Médio Oriente. Não se pode contudo, ignorar a importância que este evento tinha para os povos anteriores maioritariamente devotos a agro-pecuária e para quem os marcadores dos ciclos da natureza (descobertos e celebrados muito antes do advento de cristianismo) eram de suma importância para a sua sobrevivência e como tal alvo de celebrações pagãs desde pelo menos a cultura Babilónica.  Na Europa, entre os pagãos de influencia celta, essa data era celebrada sob o nome de Imbolc.

Festividade: Carnaval
Significado: Marca o inicio de Quaresma a anteceder a Páscoa
Data: A 3ªFeira de Carnaval calha sempre 41 dias exactamente antes da Páscoa
v     Origem da Data/Cálculo: O Carnaval é a resposta do povo, muito resumido, ao período de jejuns e abstinência imposto pela Igreja Católica para os 40 dias precedentes à Páscoa. Há que entender que não é coincidência que a altura que precede a páscoa- Equinócio da Primavera- era uma época de grandes festividades pagãs, na sua maioria de culto do feminino , politeístas e com rituais e conceitos teológicos distintos e conflitantes com a doutrina imposta pela cristandade (minoria entre os povos dominados, mas maioria entre os que dominavam a base da pirâmide social- clero e nobreza). Assim, porque simplesmente dizer que não devem celebrar a Deusa Mãe ia apenas resultar em que a  adorassem na mesma mas em segredo, ou num motim, associaram culpa e pecado a um povo ignorante e susceptível, impõe-se uma necessidade de expiação e purga e dita-se que o povo deve jejuar, abster de variadissimos alimentos, bebidas, aromas, relações sexuais, roupagens, pensamentos e festas. Esta Quaresma era patrulhada e vigiada pelos padres (e, mais por interesse do que benevolência cristã, pelos “membros” que vigiavam uns aos outros e entre si se acusavam mais rapidamente que se ajudavam) e quem prevaricasse ou entrava na linha ou era castigado (seja pagando multas/penitencias, ou – se não pudesse pagar, o que era a maioria do povo, castigos corporais e ostracismo). O Carnaval surge como um ultimo sopro de liberdade antes dos 40 dias de penitencia; uma espécie de despedida de solteiro antes de “atar o nó” de compromisso.

Festividade: Dia do Pai
Significado: Celebração da Paternidade
Data: Dependendo do país, a maioria dos lugares celebra no dia 19 de Março ou 3ª Domingo de Junho.
v     Origem da Data/Cálculo: A data de 19 de Março (a mais usada nos países com cultura mais enraizada no calendário liturgico católico)  coincide com a data do original feriado em honra a S. José enquanto marido de Maria , educador de Jesus e patrono da Igreja. Primeiro celebrava-se no 3ªdomingo depois da Páscoa, depois se moveu para a 4ªfeira antes do domingo de Páscoa e depois se fixou a 19 de Março. Só séculos mais tarde se adicionaria um segundo feriado para S. José (dos poucos santos celebrado duas vezes no ano), na era pós revolução industrial, para coincidir com o 1 de Maio e ai se celebra S. José não como membro da família sagrada ou patrono da igreja, mas como homem mortal e exemplo de trabalhador e patrono dos mesmos.

Festividade: Páscoa
Significado: Celebra libertação de Israel do Egipto  pela intercessão de Moisés; celebra ressurreição de Jesus
Data: 1ªDomingo após a 1ª Lua cheia  a seguir ao Equinócio da Primavera
v     Origem da Data/Cálculo: Como já explicado, serviu para aglutinar duas festividades maiores precedentes: as festividades de fertilidade dos pagãos de convidar ao seio da cristandade os judeus que por essa altura (dia 14 do mês de Nisan- não calculado da mesma forma mas em datas próximas) celebravam a páscoa original, Pesach, o Dia da Libertação do Egipto. Assim evitava-se que houvesse celebração alternativa em segredo mas dava-se um opção de ainda vivenciar antigas devoções com novas roupagens. Mais uma vez, não celebrar a Páscoa cristã numa comunidade dominada por estes era passível de multa, castigos e/ou ostracismo. Durante a Inquisição não celebrar a Páscoa era visto como seguro sinal de pura maldade e comportamento dissidente : ou eram judeus (e por associação eram contra Jesus- a parte de Jesus ser ele mesmo judeu , e todos seus seguidores de origem, não afectava a sua lógica) ou adoradores da Natureza ou de outros panteões divinos e como tal blasfemos. O castigo máximo ai não se ficava pelo ostracismo, era a (dolorosa, humilhante e demorada) morte. Falta só indicar que a lavagem cultural foi tão eficiente que não há registos senão marginais e pouco concisos de ter havido uma linha continua de celebrações da Primavera ao longo do tempo durante as trevas impostas pela cristandade dominante .A data era marcada e celebrada vários milénios antes da era cristã. Uma das divindades adorada, por exemplo , era Easter, ou Oester ou Ostara, a raiz da palavra inglesa para páscoa hoje em dia- Easter. A iconografia pagã ironicamente ficou associada à páscoa pagã- o ovo símbolo de renascimento e o coelho símbolo de fertilidade.

Festividade: Dia dos Tolos ou das Mentiras
Significado: Dia de partidas inofensivas
Data: 1 de Abril
v     Origem da Data/Cálculo: Deve-se a um equivoco na celebração do Ano Novo. Antes da imposição do calendário gregoriano, no seu antecessor juliano o ano novo era celebrado 1 semana depois do equinócio da Primavera. Porque uma das razoes de criar um novo calendário era precisamente reajustar, padronizar e purgar as festividades pagãs, havia interesse em tirar esta importância à Primavera que era majoritária e profundamente associada a fertilidade, paganismo e adoração do feminino. Substitui-se por , já que sabiam que não se apagam milhares de anos de celebrações e tendências colectivas num só dia sem haver uma guerra civil, o ano novo passou para ser uma semana depois do feriado solar de Mithras e Apolo (entre 22 a 25 de Dezembro), passando a começara 1 de Janeiro (que era o primeiro dia do mês em honra do deus romano masculino com duas faces e patrono dos novos começos- uma cara olha para o passado e uma segunda face olha para o futuro). Porque demorou até que todos se habituassem a começar o ano novo na nova data estipulada, os que ainda celebravam a 1 de Abril eram tidos como desobedientes ou tolos. Assim se associa o antigo inicio de ano novo a tolice, partidas e mentiras.

Festividade: Dia de Ascensão
Significado: Dia de Ascensão de Jesus
Data: 40 dias após a Páscoa
v     Origem da Data/Cálculo: Celebra a ascensão de Jesus aos céus no quadragésimo dia após a sua ressurreição. Porque a Páscoa é amovível (datada em função da lua cheia depois do equinócio da Primavera), também esta data é diferente de ano para ano. A raiz de calculo desta festividade é astronómica e claramente em função do calendário pagão que a antecede- porque outra razão se celebraria a ascensão duma divindade monoteista não associado nem apregoador de paganismo as deslocações dos atros. Mais uma vez, outra coincidência. A data fica sempre próxima de uma outra festividade pagã muito comum, tanto no calendário babilónico, persa, assírio e egípcio como entre os diferentes povos e culturas europeias. No meio-termo entre o equinócio da Primavera (cerca 22 de Março) e o solstício de Verão (cerca 22 de Junho), assim se calculava o clímax da Primavera e das divindades e cultos devidos e o meio caminho para o começo do Verão. Entre os celtas era celebrado como Beltane.

Festividade: Dia do Trabalhador
Significado: Celebração dos Direitos do trabalhador
Data: 1 de Maio
v     Origem da Data/Cálculo: Aniversário da revolução bolchevique na Rússia. Foi a partir dai que se estipulou a proporção de 8 horas de trabalho para 8 horas de tempo pessoal para 8 horas de descanso efectivo, entre outros direitos base dos trabalhadores (por exemplo: direito  a criação e associação sindical). Nem todos os países celebram a dia 1 de Maio, alguns a 4 de Maio.

Festividade: Dia de S. José
Significado: Celebração de S. José, padrasto de Jesus, como patrono dos trabalhadores
Data: 1 de Maio
v     Origem da Data/Cálculo: A tentativa, na era pós revolução industrial, da igreja católica de demonstrar empatia com o crescente movimento de sindicailzação e reivindicação de direitos dos trabalhadores. É uma manifestação de adaptação aos sinais do tempo; a maioria dos movimentos que agregava os trabalhadores e lhes dava alento e protecção  nas suas ambições eram de cariz comunista e por inerência ou sequência lógica poderia os afastar da religião organizada- que o comunismo apontava como uma das fontes de cultura de sujeição no mundo. Ao oferecer ao povo um feriado e um santo- e logo um membro da dita sagrada família, era um piscar de olhos ao povo e um lembrete de que a estrutura eclesiástica não perderia seu controlo mas não queria perder as massas e assim ficava com um pé em cada lado e não aprofundava na noção de que para ser um trabalhador sindicalista tinha de se ser comunista e anti-“establishment”.

Festividade: Dia da Mãe
Significado: Celebração da Maternidade
Data: Depende dos países mas em tende a calhar perto do que na Antiguidade era a maior festividade à Deusa Mãe, Beltane ou aproximadamente 2 de Maio. A fórmula oficial em Hungria, Lituânia, Moçambique, Portugal, Roménia e Espanha- entre outros é o 2ªDomingo de Maio
v     Origem da Data/Cálculo: Conquanto a maternidade tenha na verdade sido alvo das primeiras adorações- desde o Neolítico pelo menos, o oposto não sucedia. Para todos os efeitos, por uma grande parte da historia da humanidade, as mulheres engravidavam e procriavam por exclusivo e com influencia divina somente- o papel do homem no processo não era identificado e quando o foi era minimizado. A vida e a magia estava na mulher e isto importa explicar para se entender porque é mais razoável acreditar e em muitas circunstancias com provas arqueológicas, que a maternidade enquanto processo mágico e investidura de poder em todas as mulheres (fossem noviças, mães em efectivo ou anciãs) foi primeira  e mais profundamente celebrado que jamais a paternidade.  O dia do pai foi criado para complemento do da Mãe – que o antecede como festividade em milénios, e não o contrário.

Festividade: Dia de Ascensão de Maria
Significado: Celebrada ascensão de Maria, mãe de Jesus, aos céus
Data: 15 de Agosto
v     Origem da Data/Cálculo: A data oficial foi proposta a 1 de Novembro de 1950, ainda que sem nenhuma evidencia nas escrituras, baseando-se em textos que desde o concelho de Niceia e até hoje são tidos pela própria igreja católica como apócrifos, se fundamentou esta decisão, de que Maria era incorruptível e de que o seu corpo não foi deixado definhar (há debate dentro  da própria igreja de se ascendeu ainda viva –como Elias ou Moisés, ou logo após a morte, como Jesus). Os registos mais antigos a apontar nesta direcção são do século VI onde não se indica incorruptibilidade nem escape de morte mas que ninguém àquela altura sabia onde ir para venerar a tumba de Maria e que buscas foram feitas para tal. Dais e deduziu, por ausência de corpo e tumba, que deveria nunca ter existido e no século XVI não oficialmente começou a dizer-se que deveria ter sido arrebatada ou ascendida e por isso não se encontravam nem túmulo nem ossadas. A data, coincidência ou não, foi calculada para acertar 18 semanas antes de Natal; ou seja metade do tempo de termo duma gravidez, fazendo assim a festividade ser em função do nascimento de Jesus em si- uma vez que ninguém concordava numa data verosímil.

Festividade: Festa da Anunciação
Significado: Celebração do dia em que o anjo Gabriel terá visitado Maria e anunciado a gravidez de Jesus
Data: 25 de Março
v     Origem da Data/Cálculo: Calculado como 9 meses antes do Natal; até ser oficializado era celebrado 38 (outros 40) semanas antes do Natal. Há que ter em conta duas coisas. O Natal não foi sempre celebrado e nem mesmo no dia 25 de Dezembro- passou a sê-lo para aglutinar as festividades há muito existentes em honra ao Sole  divindades varias pagãs. Assim não se pode dissociar esta data da coincidência de calhar tão próximo do equinócio da Primavera e da adoração do feminino que então ocorria um pouco por todo o hemisfério norte. Ao associar mais uma data a esta época fecha-se um calendário pagão e substitui-se pleno de festividades muito semelhantes, de iconografia quase igual mas com outras roupas e nomes. O Equinócio em si- porque era tão obviamente pagão e anterior a qualquer cultura que ainda existisse, tinha de ser banido e por isso a Quaresma com seus jejuns e proibições de festas, depois para saciar a necessidade de adoração do feminino a igreja deu ao povo Maria e a celebravam aproximadamente na mesma data que antes celebravam Deméter, Diana, Brigantia, Freya, etc mas agora como a mãe de Jesus; logo a seguir quando antes estava planeado o festival maior de fertilidade em Maio, a igreja decalca o dia de Maria como Mãe em pleno (2 de Maio) e para substituir a adoração dessa época Pan, Dioniso, Baco e Endovelico, entre outros, dá ao povo o dia de S. José. Assim o Ciclo de Festividades pagãs do inicio e clímax da Primavera e do inicio do Verão (as alturas mais pivot para uma população quase inteiramente dependente de agricultura, caça e pesca e os seus ciclos de reprodução/multiplicação devidos e “atados” as estações”), uma  vez que não podia ser simplesmente suprimido, é plenamente substituído por outro ciclo de festividades- todas obrigatórias, todas com multas e castigos senão cumpridas e todas de cariz expiatório, de penitencia, culpa e autocomiseração e de negação de tudo o que é físico, sensual, instintivo ou basicamente primordial.

Festividade: Dia de Todos os Santos
Significado: Homenagem de todos os santos e mártires católicos.
Data: 1 de Novembro (originalmente o primeiro dia depois da 2ªLua cheia a seguir ao Equinócio de Outono)
v     Origem da Data/Cálculo: Dia de Todos os Santos ( e origem do nome Halloween que é uma contracção de All Hollow’s Eve). Criado como homenagem de todos os santos e mártires católicos. O dia seguinte, 2 de Novembro é tido como dia de homenagem a todos falecidos (originalmente como homenagem a exclusivamente os que morreram dentro da fé católica) celebra-se e/ou ora-se para a sua passagem segura para o reino dos céus.. Uma época de penitencia dos vivos para expiação vicária através de missas pagas e de indulgencias (em valor ou género ou mesmo através de dor corporal auto infligida) em favor dos que morreram para que pelas acções e pagamentos feitos pelos familiares vivos, sejam aceites no reino dos céus). A data nem sempre foi fixa, servia como garante de que na noite antes não havia celebrações. Quem estivesse na noite de Samhain (festival pagão de celebração da morte como passagem para a liberdade ultima dos deuses), que calha na 2ª Lua Cheia depois do Equinócio de Outono, seria punido com a tortura e morte. Ter uma missa matinal era uma forma  de confirmar que estava acordado e disponível e como tal não participara dos rituais de morte e renovação/reencarnação dos pagãos. O Samhain não existe por causa do dia de todos os Santos, é ao contrário. O dia de Finados , a 2 de Novembro, servia largo modo , para compensar e saciar a enraizada cultura de rituais de morte e renovação que eram demasiado antigos e praticados para serem simplesmente erradicados.


Festividade: Natal
Significado: Celebração de nascimento de Jesus
Data: 25 de Dezembro
v     Origem da Data/Cálculo: Ainda que pelas escrituras esta data calhasse por força de lógica algures em Março ou Abril (havia rebanhos cá fora, pastores ao relento, pessoas a viajar, estalagens cheias- nada disto aconteceria com o frio que faz na Palestina entre Dezembro e Janeiro nem com as próprias celebrações cristas primitivas), a data foi imposta após varias e sangrentas tentativas de anular as festividades solares pagãs típicas nesta altura naquela área do globo. Na realidade desde a Babilónia ao extremo ocidente do Império de Roma (Britania, Hispania e Lusitania incluídas) era por esta altura que se celebrava há milénios o ponto mais frio do ano no hemisfério norte (devido ao afélio- altura em que estamos mais distantes do Sol na elipse que a Terra faz em torno do mesmo), da noite mais longa do ano e do dia logo a seguir que marca o começo do retorno do Sol e com ele o anuncio de dias maiores, retorno do calor e fertilidade, pico da hibernação, diminuição da duração das noites que – ainda sem electricidade- eram palco de ataques de predadores seja aos humanos ou a suas produções e gado, e marcador de chuvas. Por tudo isto se colaram figuras antropomórficas ou mitológicas a esta data, fosse Apolo, Mithras, Amon-Ra, Endovélico, etc. Não era possível de todo calar a adoração porque a importância da data na regulação da agricultura, criação de gado, segurança face as tempestades/chuvas e predadores  era tremenda. Assim aglutinamos, diluímos e substituímos uma razão mágica por uma religiosa, uma adoração por outra, um deus por outro- ainda que mantendo muita da iconografia típica desses rituais e festivais pagãos (exemplo é a apropriação pelo cristianismo de símbolos de fertilidade e adoração paga não só na data mas no ritual de natal em si até hoje: o pinheiro, a pinha, as velas, o tronco de Yule/Natal, o halo dourado à volta da cabeça de Jesus apresentando-o como a novo divindade solar, etc)


     Há outros, muitos feriados e festivais, uns de raizes mais politicas e recentes outros com mais claro intuito de se colar a feriados antigos e ainda outros como marcadores históricos de acontecimentos chave na historia de igreja determinada, um estado, um herói nacional, um evento revolucionário pivot, etc. Esta é apenas uma pequena amostra que espero aguce o apetite por busca de conhecimento.
 

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